domingo, 2 de maio de 2010

Quando achei que se amasse como o outro ama faria dar certo foi engano em dobro, enganei a mim e enganei ao outro, coitado, que só queria me dar amor. Não digo que não amei, amei e muito, mas não o amor na forma que ele merecia, que ele queria receber e que eu sinceramente queria dar, mas não estava pronta.
Então abandonei! Abandonei como venho fazendo com tudo já faz algum tempo, já até cheguei a pensar que o problema está em mim, mas não está. A questão é que se eu não acho justo brincarem com meus sentimentos porque vou fazer isso com o dos outros? É até bem cliché essa pergunta, mas no momento não cabe outra que não essa pra expressar tamanha necessidade de não enganar ninguém. Por isso abandonei! Não por egoísmo, por medo ou por qualquer outro motivo banal, abandonei por lealdade, por achar que tanto eu quanto o outro merecemos uma segunda chance com terceiros, quartos e quantos milhões estiverem dispostos a encarar nossos problemas connosco de modo a se entregar nem que seja só por um momento. Todo momento é válido no amor quando a entrega, ainda que por segundos, é verdadeira. E digo, entreguei-me. Entreguei-me tanto que cheguei a me reconhecer no outro e por aquele breve momento o fiz feliz e fui muito feliz também. Por isso digo que felicidade só é boa quando momentânea.
Então passado o momento de euforia pude notar, não era hora ainda, eu não estava pronta pra me entregar por inteiro e pra sempre. Então usei palavras sinceras, deixei um sorriso, desejei sorte e abandonei. Daquele momento em diante notei, eu sempre fiz as escolhas certas pra mim mesma, mesmo muitas vezes me julgando incapaz, eu soube sim amar e muito, mas também soube a hora de reconhecer que aquilo, ainda que muito bom, havia acabado.
Um brinde à quem se compreende e é capaz de abandonar ainda que com medo de nunca mais viver algo igual. Todas as coisas são sublimes, é só a gente saber perceber.

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